quarta-feira, julho 18, 2007

Carta de confissão



Faz muito tempo que não sinto medo. Este porém, foi um tanto... Peculiar, diria um medo mais espiritual do que carnal, sem pés gelados ou suor frio, mas apenas um leve desconforto e atenção aos mínimos ruidos acompanhados por batimentos acelerados. Alucinações quem sabe! E só de me lembrar da terrível sensação de perda sinto uma enorme inveja penetrar em minha mente, sinto injeva de Macabéa. Ha como queria apenas existir, e na sutileza sentir conforto; a chuva que cai sobre janelas fechadas deixa o ambiente seco porem úmido, o ar ja nao é tão abundante quanto o da primavera passada, que saudades que tenho. Ouço gargalhadas, de puro praser e ódio. Alucinações quem sabe!

Pedaços de silencio brotam do teto e caem em cima da pobre mão direita, desculpem-me, as linhas que aqui se seguiam foram borradas e se foram borradas não queria ser vistas. Como que envolvido por uma densa nuvem de poeira ponho-me a tossir, uma tosse seca da qual meus frágeis pumões se recusam a aceitar. Ha que saudades que tenho da primavera! Após longos minutos de puro pigarro, vejo mais uma miserável mancha vermelha como fogo sobre meu lenço azul, me recuso a acreditar e de novo me embebedo do mesmo medo que suga minhas mais escondidas esperanças. Com uma lágrima nos olhos, confesso, é DELAS que tenho medo, vermelhas como o inferno me apresentam a morte a cada dia. Tenho medo de morrer, inrônicamente... Morrer pela VIDA.

2 comentários:

Anônimo disse...

qto tempo...fico feliz com o retorno do poeta ,kkk
nossa... asfixiante!!!
diante disso, sem mais palavras...
até +

Anônimo disse...

E viva Clarice Lispector!
Diga-me o q lês q eu te direi quem és.. xD
Essas metalinguagens são legais... Fora a intertextualidade... xD
Flww