segunda-feira, março 09, 2009

Perseguindo lembranças


Um dia a sutil beleza da infância, que de tão frágil, como todas as mais valiosas coisas, morre aos poucos - ou talvez morre de tal lenta forma por guardar em si algo divido, e portanto muito forte - me perguntou se eu tinha medo. E sem esperar respostas disse, com toda a serenidade de um velho sábio "Tenho medo de tudo: bruxa, escuro, fantasma, barata e baleia", sem nunca ter visto a última.

Há algo realmente paradoxal em ser criança!

Que triste... Hoje tenho muito medo do nada: medo de mim, do silêncio, da chuva. De tudo que há em cada ausência de tudo, de tudo que há em uma reticências e numa folha em branco, que aos poucos perde sua dignidade poética ao serem adicionadas as palavras.

Hoje tenho muito medo do só. Só esse vazio me conforta





















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Um comentário:

Anônimo disse...

Com o tempo percebi que os medos são caudados justamente por essa incompletitude que nos preenche. É. O tal vazio.

Hoje tenho medo do incompleto. Ele me faz sentir tão inválido...

Abração, meu velho! x)