quinta-feira, outubro 06, 2011

VERBAL



E eu pensava que ela queria, eu queria e ela pensava, eu dizia e ela sorria.
E eu queria que ela quisesse, eu pensava e ela só pensava, eu sorria e ela dizia.
Mas ela pensava que eu não queria. Enquanto nós dois nos queríamos, só pensávamos, não nos dizíamos.
E eu sorria, só sorria.
Mas eu quis e eu disse, e ela já não mais queria. Na verdade ela nem disse – eu pensei que ela tinha dito porque não sorria.
Então eu não pensei, não quis, não disse mais e não sorri. E ela, pelo jeito, fez o mesmo!
Hoje ela pensa, quer, diz e sorri para outra pessoa que também pensa, quer, diz e sorri para ela. E os dois se conectam por qualquer outro verbo.
Enquanto eu deixei de pensar nisso, porque, se quer saber, eu não quero mais! Para ser sincero é isso o que eu digo - mas pelo menos sobrou o sorriso.

5 comentários:

de la disse...

A-do-rei :)

Anônimo disse...

Arrisco dizer que eu não entendi. É, eu não entendi. Amor mexe com o inexplicável, paixão com probabilidades. É sempre uma linguagem pessoal, um dialeto falado sempre por apenas duas pessoas. Até que um dia as variações linguísticas surgem, o preconceito linguístico aflora, há uma tentativa de padronização da norma, gera-se uma guerra civil e ponto. Eis o hiato.

Gustavo Monteiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
érika ramalho disse...

Isso é ter talento , grande gustavo ! O dom de brincar com as palavras ! Seus sons ,suas características e dar a elas um sentido profundo !

Elor disse...

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